A matemática é uma ferramenta que desenvolve o raciocínio lógico e nos ajuda a resolver problemas e a tomar decisões de forma mais consciente. Uma das decisões que estamos sempre precisando tomar é quanto ao tipo de calculo que devemos usar em diferentes situações problemas.
De um modo geral, podemos citar quatro tipos de cálculos que deveriam ser explorados na escola: o cálculo escrito (algarismos), o cálculo mental exato, o cálculo mental aproximado (estimativas) e o cálculo feito com ferramentas de apoio, das quais a mais comum é a calculadora.
Para auxiliar no desenvolvimento do raciocínio dos indivíduos podemos utilizar jogos. Fazer com que as crianças assimilem os conceitos matemáticos de forma lúdica, utilizando-se de jogos em grupos, e contextualizando o aprendizado com sua vida diária poderão ser opções interessantes e produtivas.
Para Kamii, o professor deve estimular o aluno a pensar e a ter autonomia em sua construção na estrutura mental dos números e em todas as situações problemas, para a criança não há diferença entre jogo e trabalho por isso, trabalha-se para unir as duas junções, para que, em grupos, construam as suas formas de raciocínio.
Constance Kamii, trata sobre a autonomia da criança e como trabalhá-la de forma positiva, enfatiza sobre como o calculo mental tem recebido pouca atenção, tanto no currículo escolar, como pelos educadores, pois, no cotidiano, quando somos confrontados com algumas situações problemas que envolvem operações, o importante seria alcançarmos mentalmente o resultado,ou, estimarmos um valor aproximado.
Para Zóltan Paul Dienes, aprender é adaptar-se a uma nova situação. todos os jogos infantis representam algum exercício que permite à criança adaptar-se a situações que terá que enfrentar em sua vida futura.
O ensino através do lúdico, cria um ambiente atraente, servindo de estímulo para o desenvolvimento integral da criança, agindo como facilitador, colaborando para trabalhar bloqueios que os alunos apresentam em relação a alguns conteúdos matemáticos.
Para Piaget, é importante que se estruture os jogos nas formas de exercícios, símbolos e regras observando o desenvolvimento da criança nestes jogos e em seu estágio de desenvolvimento cognitivo.
Dentro de um quadro de referência Piagetiana é pela abstração reflexiva que se dá a construção de uma estrutura numérica pela criança.
Cálculo Mental
Na nossa vida diária,precisamos fazer inúmeros cálculos, e em grande parte deles, não recorremos ao papel e ao lápis, eles são realizados mentalmente. Mesmo quando usamos papel e lápis, fazemos uso da um intenso cálculo mental.
O cálculo mental permite maior flexibilidade de calcular e maior segurança e consciência na realização e confirmação dos resultados esperados, tornando-se relevante na capacidade de enfrentar problemas.
Exemplos de jogos para auxiliar no desenvolvimento do raciocínio:
Dama-
neste jogo, o objetivo é capturar ou imobilizar todas as peças do adversário. As jogadas são alternadas, deve-se mover uma pedra por jogada, em diagonal e para a frente, só as casas claras são usadas e não é permitido andar para trás, nem para o lado. Assim, os jogadores precisam ter concentração e raciocínio para fazer importantes jogadas.
Dominó-
Neste jogo, o objetivo é livrar-se das pedras o mais rápido possível, unindo-as pela quantidade de pontos existentes em cada uma. Esse jogo ensina a criança a agir, leva-a a pensar e é divertido. Por meio dele, a criança se envolve com os números e desenvolve o raciocínio lógico, e na tentativa de descobrir com qual peça o seu adversário está, as crianças são impulsionadas a pensar e a desenvolver táticas importantes no jogo e a partir daí passam a desenvolver também no dia a dia.
Baralho matemático:
Este jogo oportuniza o contato com as quatro operações e momentos de descontração e alegria, que são necessários para fazer da matemática uma atividade alegre e divertida.
Através desse jogo desenvolve-se raciocínio, ação rápida e pensamento lógico, descontração, integração e competitividade.
São necessárias 48 cartas, 24 com as operações desejadas e 24 com os resultados, para cada grupo. Se possível, esse material deve ser confeccionado com a participação das crianças, as operações devem ser feitas levando em consideração, o nível de conhecimento das crianças,
No centro da mesa, coloca-se as 24 cartas com os resultados viradas para baixo em forma de monte.
As outras 24 contendo as operações serão divididas entre os participantes.
Cada aluno desvira uma carta da mesa.Encontrando a resposta certa para alguma carta que tem na mão, forma com ela um par e ganha um ponto, se a respostas não corresponder a nenhuma das operações contidas em suas cartas, recoloca a carta no centro da mesa, com o resultado para baixo, reiniciando um segundo monte e passa a vez para o companheiro.
Vence quem primeiro conseguir fazer par com todas as cartas que tem em mãos.
Bingo matemático:
Essa brincadeira é interessante para reconhecer numerais e exercitar operações matemáticas.
Brica-se como o bingo tradicional. De preferencia o professor não deve mostrar a ficha ditada (cantada), para que os alunos descubram sozinhos a palavra ou o número em sua cartela. mas, se houver necessidade, o professor pode auxiliar.
As cartelas de bingo devem ser feitas conforme o conteúdo a ser desenvolvido
Exemplo: bingo de operações onde o aluno efetua a operação ditada mentalmente e busca em sua cartela o resultado correspondente.